"Apesar do frio e do tom acinzentado do céu, as nuvens tinham desaparecido e o mar encontrava-se extraordinariamente calmo. Era um daqueles dias em que Branca o desafiaria para um longo passeio pela margem, olhando o mar e os pássaros, naquilo que chamava de saber gastar o tempo. Quis pegá-la pela mão e trazê-la à rua, acariciar a pele do seu rosto e olhá-la bem nos olhos. Quis gastar tempo com ela. Quis sentir o toque da sua pele, a vibração produzida pela sua voz que sentia sempre que encostava a cabeça no seu peito, o cheiro do seu pescoço e a maciez dos seus lábios. Quis olhá-la. Quis gastar tempo com ela. Quis senti-la. Quis gastar tempo com ela. Quis amá-la. Quis gastar tempo com ela. Chamou o seu nome. Chamou-a ma esperança de que nada tivesse acontecido e que ela abrisse a porta do quarto, onde o esperava de cabelos soltos, vestindo apenas uma das suas camisas de homem. Gritou o seu nome uma e outra vez, sempre mais alto, cada vez mais alto, chamou e voltou a chamá-la. Mas Branca não apareceu. Nunca mais voltaria a aparecer."
Depois de ti
Diana Mendonça
Muito bonito!! Nunca nos arrependemos de gastar mais tempo com aqueles de quem gostamos... Infelizmente, muitas vezes o tempo é nosso inimigo e nao nos permite tais gastos!
ResponderExcluirE as vezes sou mesmo nós que não gastamos o tempo necessário com quem gostamos porque pensamos sempre que há o amanhã.
ExcluirMas um dia o amanhã deixa de existir, por isso é importante saber gastar bem o tempo.