Pontevedra - Caldas de Reis
Acordamos às 5 da matina, pode parecer cedo, mas não fomos os únicos a acordar a essa hora e deixa o albergue às 6 da manhã. Ao princípio da nossa caminhada acompanhadas pelos dois rapazes da Póvoa de Varzim veio à baila os nossos paus da vassoura que usávamos para ajudar na caminhada, disse eu que esta vida de estudante é assim, há que poupar, um dos rapazes: andam no secundário?
Devemos ter mudado de cor! É verdade que nos acham sempre mais novas do que aquilo que somos, mas moços de 19 anos a achar que temos 17! Não meu caro, temos 23!
(já agora, o Alemão que eles conheceram no caminho acertou na nossa idade, afinal os Alemães é que sabem!)
Capela da Virgem Peregrina em Pontevedra às 6 da manhã.
Os nossos companheiros de viagem da Póvoa de Varzim.
Ao longo do caminho, na parte espanhola avista-se muitos destes blocos de cimento onde a vieira indica a direcção e por baixo temos os kms que faltam para Santiago. Em alguns há pedras no topo, ainda não percebi qual é a razão para isso, mas de quando em vez também ponhamos uma pedra. Eu já dizia que quando faltassem 50kms dava um beijo na vieira, prometido é devido, e sim, eu beijei a vieira.
São estas coisas que por mais tolas que possam parecer, são depois recordadas.
É pena que até alguns peregrinos não tenham boa educação e até aqui deitam lixo para o chão.
Pela estrada nacional são só 40kms
Para quem acorda às 5 da manhã, às 10 ou 11 da manhã parece uma boa hora para almoçar. Há quem não saía de casa porque diz que é caro viajar. Mas não é preciso ir almoçar em nenhum restaurante, comprar pães de leite, queijo e fiambre numa mercearia e ir comer para a paragem do autocarro, sabe bem, sabe muito bem!
Albergue de Briallos
Chegamos ao albergue de Briallos que estava fechado , mas lá conseguimos "assaltar" o albergue e fomos à casa de banho. Entretanto enquanto estávamos a descansar cá fora, chegou a responsável pelo albergue e ainda conseguimos um carimbo do albergue.
Albergue de Caldas de Reis
Depois de 23kms, fomos as primeiras a chegar ao albergue de Caldas de Reis! (perdemos os rapazes a meio do caminho) Era uma da tarde e já estávamos à porta do albergue.
Senhor do albergue: São Espanholas?
Nós: Não, somos portuguesas.
Senhor do albergue: Ah então são quase espanholas.
Enquanto que os moços (os da Póvoa, o Alemão e mais um Austríaco que eles também conheceram no Caminho) foram a banhos, parece que Caldas de Reis é conhecida pelas suas termas, as meninas ficaram a descansar no albergue e eu acabei por dormir uma bela sesta que soube mesmo bem! Só depois é que fomos conhecer a cidade.
Nos meus tempos de teenager até tinha pensado em fazer um piercing na orelha. Mas nunca cheguei a fazê-lo e a ideia passou-me. Mas a minha companheira de viagem, tinha na altura dois furos em cada orelha e já andava há uns tempos a pensar fazer um terceiro furo na orelha direita. Enquanto estávamos sentadas à frente do albergue, reparamos que ao lado era uma loja de piercings e tatuagens.
Margarida: Se tu fizeres o terceiro furo, eu faço o segundo.
Não foi preciso dizer uma segunda vez e foi assim que voltei para casa com um segundo furo na orelha e salvo raras excepções, ainda continua cá o brinco.
Na loja Hobbit compramos ainda dois pins a dizer I ♥ Camino que enfeitaram as nossas mochilas.
A nossa janta: baguete de queijo fresco e Pepsi.
Foi por comer só disto que fiquei cheia de borbulhas a meio do Caminho.