A despedida
O último dia em Santiago e o fim desta aventura amanheceu com um dia mais bonito do que o que tinha estado e permitiu-nos aproveitar melhor a zona histórica de Santiago de Compostela.
Não pensávamos voltar a assistir a missa do peregrino, mas soubemos que alguém tinha pago para deitarem o botafumeiro e fomos ver. O botafumeiro era usada na época medieval para camuflar com o incenso o cheiro forte dos peregrinos quando chegavam a Santiago.
Hoje em dia o botafumeiro é usado apenas quando se celebra o Xacobeu e no dia de Santiago, se alguém quiser ter o botafumeiro na sua missa do peregrino terá que pagar a "módica" quantia de 300€, isto pelo menos foi o que me disseram (e são estas coisinhas que me incomodam de sobremaneira na Igreja Católica).
Botafumeiro na missa do peregrino.
Na entrada da Catedral a foto de grupo.
Depois da missa quando fomos almoçar passamos por este senhor que tocava violino muito bem!
Então decidimos ir comprar alguma coisa para almoçar fomos-nos sentar perto do Senhor. Almoçar numas arcadas em Santiago ao som do violino é qualquer coisa de espectacular!
Depois do almoço e enquanto fazíamos tempos para o comboio das 17h, fomos até à Plaza do Obradoiro. Sentamos-nos no chão a olhar para a Catedral enquanto comíamos uns biscoitos típicos. Enquanto lá estávamos havia sempre peregrinos a chegar e a sentarem-se também na praça, a felicidade que cada peregrino trás quando chega à Catedral é daquelas coisas que só se pode ver e não há palavras para o expressar e do mesmo modo não me é possível expressar tudo aquilo que este Caminho me fez, houve tantos momentos que guardo na memória e que ficaram por contar, tantas pessoas, tantos lugares...

Não sei muito bem quando é que comecei a ser peregrina de Santiago, sei que foi antes de começar o Caminho, antes de planear a viagem e antes ainda de pensar em fazer algum dia o Caminho de Santiago de Compostela. Provavelmente começou com o livro o Diário de um Mago do Paulo Coelho, ou então começou quando falávamos entre as duas sobre os livros do Paulo Coelho e inevitavelmente sobre o Caminho de Santiago.
Não sei portanto quando começou, mas sei que foi graças a ti que tive a coragem de me atirar de cabeça nesta aventura (tendo em conta que combinamos e começamos a organizar a viagem 2 semanas antes da partida).
Porque és mais do que uma grande amiga, mas do que uma companheira de viagem, és a minha irmã do coração e havemos ainda de percorrer o mesmo caminho e muitos outros. Não sei por que caminhos a vida me vai levar, mas sei que sempre te terei ao meu lado, mais longe ou mais perto, o que importa é que a amizade prevaleça.
P.s. Bon Camiño