Infelizmente este é um daqueles post que vai passar ao lado de muita gente (isto tendo em conta que passam por aqui poucos, talvez não interesse mesmo a ninguém... mas adiante), porque a blogosfera é feita de roupa e sapatos, lugares bonitos, sushi e afins. Mas se há coisa que eu ainda tenho é esperança. A ver se este meu texto e a palestra mudam um pouco os hábitos de alguma pessoa. Tinha este documentário em stand by já há algum tempo, até que na quinta-feira passada decidi ver e é sem dúvida uma das melhores palestras que eu já vi!
Gary Yourofsky é activista dos direitos dos animais e vegan há 15 anos. Nos últimos anos tem percorrido os Estados Unidos dando palestras em escolas. Gary afirma que comemos carne, peixe, queijo e ovos por quatro razões: hábito, tradição, conveniência e sabor.
A essas quatro razões junto mais uma: ignorância. Acredito que mais conhecimento alarga os horizontes e ajuda-nos a descobrir novas formas de viver. Desta maneira esta palestra enquadra-se no principio das segundas sem carne. Não espero que ninguém se torne vegetariano ou vegan de um dia para o outro, mas pelo menos um dia por semana porque não deixar a carne, peixe e ovos de lado?
Por nós, pelos animais e pelo planeta é necessário ter uma alimentação mais consciente.
Palestra de Gary Yourofsky
Devo dizer que fiquei muito mal disposta com o primeiro vídeo que ele apresenta, onde vemos como os animais são tratados nos matadouros. No segundo vídeo onde vemos um homem a bater em vacas e num bezerro, só me deu vontade de espancar o homem!
Não podemos assobiar para o lado e fingir que isto não acontece. Acontece sim! E é na indústria do leite. Acontece porque queremos começar o nosso dia com uma tigela de cereais e leite.
Aqui em casa já há muito que aderimos ao leite de soja, mas ainda bebíamos o leite de vaca com os cereais da manhã, mas na sexta-feira, no dia a seguir de vermos esta palestra, abrimos o último pacote de leite de vaca que tínhamos aqui em casa e decidimos não voltar a beber leite de vaca.
Sessão de perguntas e respostas
Para quem teve paciência para ver uma palestra de duas horas sobre vegetarianismo e direito dos animais, digam lá, o homem é mesmo inspirador né?
Cada vez mais custa-me gastar dinheiro em livros. Principalmente porque é para os ler uma vez e nunca mais pegar neles. Ainda assim vou comprando livros, principalmente se estiverem em promoção e se forem dos meus autores preferidos.
Mas ultimamente os livros em que prefiro investir dinheiro, são aqueles em que posso aprender (não se incluí aqui os livros da tese, esses são mesmo por obrigação), é nesse âmbito que aqui apresento dois dos livros que quero mesmo comprar.
O espanhol Marc Estévez Casabosch, aos 20 anos nunca tinha cultivado nada e não comia vegetais. Até que decidiu descobrir de onde "vêm os alimentos" e rumou aos Pirenéus, desde então dedicou-se à agricultura e agora 12 anos depois ele e a sua família vivem praticamente daquilo que cultivam.
Como um dos meus objectivos a médio prazo é ter um casa com um quintal suficientemente grande para poder cultivar, este livro é o melhor para começar a estudar sobre o assunto.
Tenho para mim que aquelas malditas gorduras localizadas na minha barriga e na anca, não estão cá devido aos doces, mas por causa do trigo. Por isso, já há muito que pensei mudar os meus hábitos alimentares, mas o hábito é tramado! Deste modo, este livro do Dr. William Davis, cardiologista americano, enquadra-se perfeitamente nesta minha tentativa de banir o pão e as massas, até porque traz receitas, o que permite adaptar ainda melhor a alimentação.
De entre todas as coisas que fazem com que eu goste dele, a maneira como ele me faz rir é uma delas! E por coisas tão tontas...
No outro dia estava na cama e ele na secretária, até que se virou para mim e começou a falar com o sotaque alentejano*, mas não é um sotaque qualquer, é o sotaque de Campo Maior (há que frisar bem esta diferença) e enquanto ele estava ali a reproduzir um típica conversa de duas senhoras Campomaiorenses, eu ria-me, ria-me e ria-me...
Ou então como ontem, quando metemos a música dos Pitufos Makineros (coisa de espanhóis) e começamos a dançar como "esquilos esquizofrénicos", ou melhor ele dançava e eu tentava dançar enquanto me ria da "tontaria" que ele fazia.
* Só para contextualizar que o homem é Campomaiorense, mas tirando pequenas nuances, quase não tem sotaque alentejano. E quanto aos Pitufos, durante grande parte da vida dele conhecia os Estrunfes ou Smurfs por Pitufos.
"Se querem saber algo mais sobra a beleza, o que é exactamente, consultem uma história da arte e verão que cada época tem as suas vénus e que estas vénus (ou apolos), reunidas e confrontadas fora do contexto da sua época, constituem uma família de monstros."